Dólar sobe e Bolsa cai diante da maior inflação em 28 anos

A inflação voltava a ditar a dinâmica dos mercados de ações e de câmbio no Brasil nesta sexta-feira (8), enquanto mercados globais também reagiam a uma prenunciada elevação dos juros nos Estados Unidos, em resposta do banco central do país à alta global de preços potencializada pela guerra na Ucrânia.

Às 11h22, o dólar subia 0,35%, cotado a R$ 4,7580. O índice Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, recuava 0,75%, a 117.966 pontos.
Puxado pelo mega-aumento de combustíveis, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 1,62% no mês passado, informou o IBGE nesta sexta.
Trata-se da maior alta para o mês desde 1994 (42,75%), antes da implantação do real. O avanço é o mais intenso para março em 28 anos.
O resultado veio bem acima das expectativas do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam taxa de 1,35%.
Em Nova York, o índice de referência da Bolsa, o S&P 500, caía 0,47%. O indicador focado no setor de tecnologia, que precisa de juros baixos para crescer, perdia 0,81%. O Dow Jones, calculado sobre o desempenho de grandes empresas menos dependentes de crédito, subia 0,16%.
Novos ataques da Rússia a alvos civis na Ucrânia podem acrescentar ainda mais preocupações sobre mais sanções às exportações commodities russas, agravando temores do mercado sobre a inflação global. Cerca de 50 pessoas morreram atingidas por um míssil na estação de trem de Kramatorsk, na região de Donetsk.

Na véspera, o mercado de ações dos Estados Unidos virou para o positivo no final da sessão e, com isso, levantou os mercados das Américas. Analistas atribuíram a reação a um movimento técnico de investidores, que decidiram aproveitar a baixa para comprar papéis baratos.
Durante a maior parte do dia, os mercados trabalharam no negativo, na tentativa de digerir a divulgação, na quarta-feira (6), da ata da reunião realizada em março pelo comitê de política monetária do Fed (Federal Reserve, o banco central americano).
O documento reforçou a percepção de que a inflação global, ampliada pela guerra na Ucrânia, levará a uma alta mais agressiva dos juros e à redução de outros estímulos econômicos.
O rali do final de pregão em Nova York também ajudou o Ibovespa a fechar com ganho de 0,54% nesta quinta (7), mas o protagonismo ficou por conta da alta de 5,19% da Petrobras. Investidores celebraram os nomes dos indicados para comandar a estatal.
Nesta sexta, as ações da companhia ainda avançavam 0,15%, resistindo ao pessimismo gerado pela alta da inflação. Papeís ligados ao varejo brasileiro, porém, mostravam fraqueza nas primeiras horas de negociação. Via, Americanas e Magazine Luiza afundavam cerca de 6%.

Na Europa, as principais bolsas apresentavam recuperação nesta sexta em relação às baixas do dia anterior. Londres, Paris e Frankfurt subiam 1,13%, 0,88% e 0,95%, nessa ordem.
Bolsas da Ásia também fecharam em alta após a ressaca do Fed. Na China, o índice que segue as empresas de Xangai e Shenzhen subiu 0,51%
O petróleo Brent, referência mundial, subia 0,47%, a US$ 101,05 (R$ 476,62). A valorização da commodity foi exagerada nas últimas seis semanas pela guerra, mas vem perdendo valor nos últimos dias devido a um anúncio de liberação de 120 milhões de barris de reservas estratégicas internacionais.

Marcio Brito

Marcio Brito

Assessoria | DaQui Agência Digital
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