Oxigênio doado pela Venezuela está a caminho do Amazonas

Segundo o governo do estado, o consumo diário de oxigênio nas unidades hospitalares de Manaus é 76 mil metros cúbicos - um aumento de cinco vezes, comparado com o período anterior a pandemia.

O carregamento de oxigênio doado pela Venezuela já está no Brasil, e deve chegar na terça (19) a Manaus para amenizar a crise na Saúde no estado do Amazonas.

Postos de saúde lotados. Dentro e fora. Corredores de hospitais também cheios e, mesmo com todas as doações de oxigênio que chegam, a situação ainda é crítica. Cilindros são compartilhados para três, quatro pessoas.

Segundo o governo do Amazonas, o consumo diário de oxigênio nas unidades hospitalares de Manaus é 76 mil metros cúbicos – um aumento de cinco vezes, comparado com o período anterior à pandemia.

A capacidade de produção da White Martins, que é a principal fornecedora, é de 28 mil metros cúbicos diários. Um carregamento de oxigênio da Venezuela, com 107 mil metros cúbicos, cruzou a fronteira com o Brasil e deve chegar na noite desta segunda-feira (18) a Boa Vista e, depois, segue aqui para o Amazonas.

Para Raymison Monteiro, médico cirurgião do principal pronto socorro do Amazonas, as mortes por asfixia, sem oxigênio, poderiam ter sido evitadas: “Se você não se planejar, você compromete a saúde e a vida dos pacientes. O que não aconteceu foi um planejamento, se preparar para realmente o que vinha acontecer. Isso estava anunciado”, diz.

 

A Justiça Federal determinou que o governo federal apresente um plano de abasecimento de oxigênio na rede pública de saúde, e promova a transferência imediata de pacientes que necessitem do insumo para outros estados.

O governador do Amazonas se reuniu nesta segunda-feira (18) em Brasília com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para tratar da crise no estado. Wilson Lima afirmou que o fornecimento de oxigênio está sob controle.

“Hoje nós conseguimos equilibrar a nossa rede com a distribuição do oxigênio. Nós demos atenção especial para o interior com a nossa logística”, disse o governador.

Mas algumas unidades ainda registram falta de oxigênio ou leitos. As transferências de pacientes para outros estados continuam. Desde sexta-feira (15) pelo menos 93 já deixaram o Amazonas – de um total de 235 previstos para transferência. O Amazonas tem fila de espera de 364 pacientes que aguardam vaga em um leito para Covid.

Em Parintins, familiares de pacientes que estão internados no Hospital Jofren Cohen sofrem a angústia da espera por uma vaga.

“ Eu sei que o pessoal aqui da saúde do Hospital Jofren está fazendo o que pode, mas a gente precisa da ajuda do governo, a gente precisa transladar todas as pessoas porque Parintins não tem leito UTI”, pede a cineasta Elisay Pinheiro.

Em todo o Amazonas, só Manaus tem leitos de UTI. Todos os casos mais graves precisam ser transferidos para capital, que está com uma taxa de ocupação acima dos 94%.

O governo do Amazonas afirmou que ainda não foi notificado pela Justiça Federal, e que vai prestar todos os esclarecimentos necessários. O Ministério da Saúde declarou que desde o início da pandemia tem oferecido apoio irrestrito aos estados, inclusive ao Amazonas, com o envio de recursos financeiros, equipamentos e de pessoal; e que mobilizou aviões da FAB e de companhias áeres para levar cilindros de oxigênio ao estado.

Márcio Brito

Márcio Brito

Designer gráfico DaQui agência Digital e colaborador Mundial fm 91.3

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