‘Sou mais cristão que Bolsonaro’, disse Lula em jantar com senadores do MDB

Manifestação mostra como a campanha de 2022 vai ser jogada no campo dos costumes – justamente o que o presidente quer.

Em jantar com senadores, nesta segunda-feira (11), em Brasília, o ex-presidente Lula (PT) afirmou: “Sou mais cristão que Bolsonaro”. A afirmação ocorreu após ser questionado por senadores do MDB sobre como uma declaração dele sobre o aborto, na semana passada, repercutira mal junto ao eleitorado. “Eu sou contra, mas não vou fugir da discussão”, afirmou o pré-candidato do PT sobre o tema.

A afirmação de Lula dizendo ser “mais cristão” do que Jair Bolsonaro mostra como a campanha deste ano será jogada no campo dos costumes – o que, para Bolsonaro, é mais vantajoso e é exatamente para onde ele quer levar a discussão.

Na semana passada, o ex-presidente afirmou que o aborto era uma questão de saúde pública, a que todos deveriam ter direito. A declaração foi considerada um erro, do ponto de vista de estratégia eleitoral no próprio PT, uma vez que Lula tem de conquistar um eleitor de centro que é contra o aborto e que, em 2018, esteve com Bolsonaro justamente em razão da pauta de costumes.

No jantar com parlamentes, que aconteceu na casa do ex-presidente do Congresso Eunício Oliveira, Lula citou o fato de integrantes da família Bolsonaro terem criticado a sua liberação para o velório de seu neto, que morreu enquanto ele estava preso em Curitiba, e também a disputa de Carlos Bolsonaro contra a própria mãe, Rogéria, por uma cadeira no legislativo municipal do Rio. “Isso é ser cristão?”, teria questionado, segundo relato dos presentes.

Lula também falou sobre a guerra na Ucrânia. Após ouvir uma defesa do presidente russo Vladimir Putin, feita por um dos presentes, o ex-presidente afirmou que “Putin está errado” ao ter decidido invadir e violentar o território do país vizinho.

No encontro, o petista também disse aos presentes que não se furtará a discutir com Bolsonaro o tema da corrupção – outro assunto pelo qual o atual presidente tem predileção na disputa com o petista. Foi quando Lula passou a criticar o orçamento secreto, visto por ele como um “escândalo” e como uma forma de corrupção na relação com o Legislativo.

Marcio Brito

Marcio Brito

Assessoria | DaQui Agência Digital
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