‘Superfungo’: pesquisa da UnB propõe medicamento com custo 80% mais acessível

Remédio seria produzido à base de princípio ativo que atua contra fungos multirresistentes, como Candida auris, alvo de alerta emitido pela Anvisa na última terça-feira (8).Tratamento convencional é realizado com fórmulas internacionais que chegam a custar R$ 40 mil.

Professores da Universidade de Brasília (UnB) desenvolveram a proposta de um medicamento capaz de tratar infecções causadas por fungos multirresistentes. Segundo os pesquisadores, a fórmula poderia ser produzida com um custo cerca de 80% menor que os remédios convencionais para complicações do tipo, que chegam a custar R$ 40 mil.

Nesta sexta-feira (11), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisaconfirmou o primeiro caso no Brasil de paciente contaminado por Candida auris, conhecido como “superfungo”, que causa infecção na corrente sanguínea, com risco de morte. O caso ocorreu em um hospital privado, na Bahia (saiba mais abaixo).

De acordo com o estudo da UnB, o novo remédio poderia ser usado para tratar pacientes contaminados por Candida auris, assim como em diversas outras doenças fúngicas, como meningite e a criptococose, conhecida como doença do pombo. No entanto, segundo um dos pesquisadores, Marcelo Rodrigues, o projeto esbarra na falta de recursos.

 

“É um medicamento para tratar doenças negligenciadas, por isso não tem muito apelo na indústria farmacêutica. São doenças que atingem uma população de menor poder aquisitivo”, diz o pesquisador.

A pesquisa foi elaborada por pesquisadores do Instituto de Química e da Faculdade de Medicina da UnB, em um estudo iniciado em 2013. A formulação foi testada em amostras de fungos em animais.

 

“Testamos e funcionou”, diz Marcelo Rodrigues.

 

O remédio seria produzido à base de Anfotericina B, um dos mais potentes antifúngicos do mercado, já usado no tratamento de diversas doenças. O custo, conforme os pesquisadores, “se torna mais acessível pela expectativa de utilizar tecnologia 100% nacional”.

Ainda de acordo com o professor Marcelo Rodrigues, o medicamento proposto agride menos o organismo durante o tratamento, enquanto que o convencional pode sobrecarregar os rins. “Melhoramos a formulação, tornamos ela menos tóxica para o paciente”, explica.

Os pesquisadores tentam financiamento para avançar a pesquisa para a fase de testes em pacientes e então encaminhar os resultados para o comitê de ética local, primeiro passo para o reconhecimento de medicamentos.

 

“Com recursos garantidos, o remédio poderia ser distribuído em até dois anos”, dizem os cientistas brasileiros.

Nesta sexta-feira (11), a Anvisa confirmou o primeiro caso de Candida auris no Brasil. O contaminado é um paciente da rede privada da Bahia, de 59 anos.

O fungo, que é considerado “uma grave ameaça à saúde global”, segundo a Anvisa, foi identificado pela primeira vez em humanos em 2009, no Japão. Em 2016, houve relatos de surtos de infecções na América Latina, mas nunca antes no Brasil.

Segundo a Anvisa, “já estão sendo realizadas as análises fenotípicas para verificar o perfil de sensibilidade do microrganismo” no paciente com suspeita.

Ainda de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, para acompanhar o caso e para prevenir a disseminação do fungo no Brasil, centros de informações estratégicas e de vigilância epidemiológica da Bahia montaram força-tarefa. A Anvisa acompanha os desdobramentos do caso.

Márcio Brito

Márcio Brito

Designer gráfico DaQui agência Digital e colaborador Mundial fm 91.3

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