O Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina registrou um crescimento de 3,9% neste trimestre, e, pela primeira vez em 16 anos, o governo está conseguindo superar suas despesas, sinalizando uma recuperação econômica.
Em termos econômicos, é importante entender que todo país passa por um ciclo que abrange quatro fases: a expansão, caracterizada pelo crescimento do PIB; o pico, onde há plena capacidade produtiva e emprego; a contração, que ocorre quando as taxas de juros aumentam; e a recessão, momento em que se observa uma elevação do desemprego e da inflação.
Quais fatores estão por trás dessa mudança econômica na Argentina? Com uma inflação anual de 211%, o país enfrentava uma intensa recessão quando Javier Milei assumiu a presidência. Desde então, o presidente implementou medidas audaciosas com o objetivo de controlar a economia. Entre as principais ações, destacam-se:
– Corte de gastos públicos: Ao fechar órgãos considerados “ineficientes”, incluindo 13 ministérios, e reduzir salários excessivos, ele conseguiu diminuir os gastos do setor público em 35%.
– Privatizações: Empresas estatais começaram a ser vendidas para atrair investimentos e reduzir o déficit fiscal, com foco especial no setor de transportes.
Embora essas medidas tenham contribuído para o crescimento do PIB, a taxa de pobreza também aumentou em 11 pontos percentuais, atingindo 53%, reflexo dos cortes em programas governamentais.
Olhando para o futuro, apesar dessa recuperação, a Argentina deve fechar o ano com uma contração anual de 3%. No entanto, as projeções indicam que, em 2025, a economia do país poderá crescer 5,2%.