Após Carrefour, Intermarché suspende venda de carne sul-americana na França

Justificativa apresentada para essa decisão é a proteção da indústria e agricultura nacionais francesas; decisão é vista como pressão para impedir a assinatura do acordo Mercosul-UE

Carrefour, rede de supermercados da França, anunciou nesta semana que não comercializará mais carnes provenientes do Mercosul. Seguindo o mesmo caminho, a rede de supermercados Intermarché também decidiu suspender a venda de carnes bovinas, suínas e de aves da América do Sul, especialmente de países como Argentina, Brasil e Uruguai. A justificativa apresentada para essa decisão é a proteção da indústria e agricultura nacionais francesas. Juntas, essas redes representam cerca de 35% do mercado francês, mas a medida será aplicada apenas na França. Curiosamente, o Carrefour continuará vendendo carnes sul-americanas em outros países, incluindo o Brasil, onde o impacto na balança comercial é mínimo, representando apenas 0,001% das importações brasileiras.

A decisão das redes francesas é vista por muitos como uma pressão do governo francês para impedir a assinatura do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, que está em discussão desde os anos 1990. A França tem adotado uma postura protecionista, fazendo lobby dentro da União Europeia para bloquear o acordo. Enquanto isso, países como Alemanha e Espanha, que enxergam benefícios no acordo, tentam pressionar o governo de Emmanuel Macron a mudar de posição. No entanto, o presidente francês e outros líderes do país mantêm a oposição ao acordo. Para vetar a tramitação no Parlamento Europeu, a França precisaria do apoio de mais três países que representem 35% da população da União Europeia, algo que ainda não ocorreu, mantendo a possibilidade de assinatura no início do próximo ano.

No Brasil, a decisão do Carrefour gerou reações significativas. A Frente Parlamentar da Agricultura cogitou um boicote à rede, refletindo o descontentamento com a medida. Especialistas apontam que a decisão pode apelar para o sentimento nacionalista e protecionista no Brasil, mas acreditam que um boicote efetivo dependeria do impacto no consumidor. Até o momento, o Itamaraty e o governo brasileiro ainda não se posicionaram oficialmente sobre o assunto, mas a situação destaca as dificuldades na assinatura do acordo entre Mercosul e União Europeia.

Durante o G20, autoridades brasileiras reafirmaram a expectativa de assinatura do acordo, enquanto Macron reiterou que, nas condições atuais, a França não concordará. A necessidade de unanimidade entre os países da União Europeia para assinatura do acordo continua sendo um obstáculo significativo.

  • Por Jovem Pan | *Com informações de Luca Bassani

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