Atual situação fiscal do país é parecida com a reforma da previdência de 2003, afirma cientista político ao WW

Em meio à pressão do mercado, ministros se reuniram com o presidente Lula nesta segunda (4) para debater propostas de ajustes nas contas públicas
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Em entrevista ao WW nesta segunda-feira (4), o cientista político Leonardo Barreto, sócio da consultoria Think Policy, traçou um paralelo entre a atual situação fiscal do governo Lula (PT) e os desafios enfrentados em 2003, durante o primeiro mandato do petista.

Segundo Barreto, o cenário atual apresenta semelhanças significativas com o período em que o governo precisou implementar a reforma da previdência para conquistar a confiança do mercado.

De acordo com o cientista político, o governo Lula está buscando soluções para equilibrar as contas públicas e, ao mesmo tempo, manter suas promessas de campanha.

“Me parece que essa é uma situação, em termos práticos, muito parecida com 2003, quando o governo começou e vivia um problema de desconfiança muito forte e teve que encarar a reforma da Previdência para poder conquistar a confiança do mercado”, afirmou Barreto.

Estratégias para lidar com o mercado

Barreto sugere que o governo pode adotar duas estratégias principais para lidar com a situação. A primeira seria estabelecer gatilhos fiscais que só seriam acionados em 2027, caso as metas não sejam atingidas em 2026. Isso permitiria ao presidente Lula evitar cortes de gastos imediatos.

A segunda estratégia envolveria a busca por um consenso dentro do próprio partido do presidente. “O presidente precisa conseguir um consenso, inclusive dentro do partido”, explicou.

Diferenças entre 2003 e o momento atual

Apesar das semelhanças, Barreto ressalta uma diferença crucial entre 2003 e o cenário atual: “A diferença é que o presidente, naquela época, ele via um horizonte mais longo para si, talvez não seja o caso agora”.

Para Barreto, isso sugere que Lula pode enfrentar desafios adicionais para estabelecer uma relação duradoura com o mercado neste mandato.

“Embora existam paralelos importantes, o contexto político e econômico atual apresenta nuances que exigirão abordagens específicas do governo para lidar com os desafios fiscais e conquistar a confiança dos investidores e da sociedade em geral”, conclui Barreto.

 

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