O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, declarou que o valor de R$ 170 bilhões destinado ao acordo sobre ações de reparos e indenizações pelos danos e prejuízos pela tragédia ambiental em Mariana (MG)
“dá para passar um bom fim de semana”.
A fala descabida foi proferida durante sessão extraordinária do tribunal, na manhã da última quarta-feira (6), no ato de homologação do acordo, que foi endossado pelos ministros por unanimidade. Após as críticas, Barroso se limitou a dizer que a declaração não foi direcionada às vítimas da tragédia.
– Achei que o volume de recursos que as empresas se dispuseram a aportar foi muito relevante. Não é pouca coisa, dá para passar um bom fim de semana – disse o presidente da mais alta corte do país ao estabelecer relação inconveniente.
Por meio de nota, o magistrado tentou minimizar os efeitos de sua fala.
– Dinheiro, por evidente, não é suficiente para construir tudo ou reconstruir tudo o que se perdeu, mas é muitas vezes a compensação possível. É o máximo que a gente pode fazer a essa altura – argumentou.
Com o acionamento da Vale e da empresa BHP no Reino Unido, Barroso defendeu uma solução doméstica para a questão, não sendo favorável ao recurso extranacional. Ele destacou que os interessados devem aderir ao acordo voluntariamente.
– Quem estiver satisfeito, adere. Quem não estiver, vai brigar por conta própria. Me parece uma boa solução.
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e a Associação Nacional dos Atingidos por Barragens (Anab), que representam as vítimas da tragédia em Mariana, entendem que o acordo proposto é injusto e traz prejuízos aos afetados.