Em meio a ataques em Gaza, imunização contra pólio alcança 79% da meta

Apesar de pausas humanitárias acordadas, um centro de saúde foi atingido enquanto pais levavam as crianças para serem vacinadas, deixando seis feridos; essa foi a fase final da segunda etapa da campanha contra a doença.

Neste fim de semana, mais de 94 mil crianças foram imunizadas no norte de Gaza contra a poliomielite atingindo a marca de 79% da meta planejada.

Esta foi a última etapa da segunda rodada da vacinação, considerada a mais complexa devido aos desafios operacionais e de segurança sem precedentes na região.

Centro de saúde atingido

Equipes de diversas agências da ONU e parceiros se distribuíram entre 106 postos de vacinação. A realização ocorreu graças a pausas humanitárias acordadas para garantir a segurança de civis e trabalhadores humanitários.

No entanto, horas após o início da campanha, relatos indicaram que o centro de saúde primária Sheikh Radwan havia sido atingido, enquanto os pais levavam as crianças para vacinar. Seis pessoas ficaram feridas no incidente, a maioria menores, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, OMS.

Para a diretora-geral do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, este foi um “fim de semana mortal em Gaza”.

Ataques indiscriminados contra civis

Em um comunicado divulgado na noite de sábado, Catherine Russell relatou que mais de 50 crianças teriam sido mortas em Jabalia, onde ataques destruíram dois prédios residenciais que abrigavam centenas de pessoas.

Além disso, ela disse que o “veículo pessoal de um funcionário do Unicef que trabalhava na campanha de vacinação foi alvejado” enquanto dirigia pela área. O veículo foi danificado, mas o funcionário saiu ileso.

Para Russell, “os ataques a Jabalia, à clínica de vacinação e ao funcionário do Unicef são exemplos adicionais das graves consequências dos ataques indiscriminados contra civis na Faixa de Gaza”.

A chefe do Unicef pediu a Israel uma investigação imediata sobre as circunstâncias em torno do ataque ao funcionário da agência para que haja justiça.

Risco da poliomielite em Gaza

O comunicado adiciona que os Estados-membros devem “usar sua influência para garantir o respeito ao direito internacional, priorizando a proteção das crianças”.

A guerra desencadeada pelos ataques mortais liderados pelo Hamas em Israel em 7 de outubro de 2023, se intensificou no norte nas últimas semanas, limitando diversas atividades humanitárias.

A poliomielite foi erradicada na Faixa de Gaza há 25 anos, mas o conflito trouxe à tona condições para a propagação do vírus e arrasou os serviços de saúde. No início deste ano, um bebê de 10 meses foi diagnosticado com poliomielite, levando autoridades de saúde a organizar uma campanha mesmo em meio à guerra.

A imunização no norte de Gaza ocorreu após a implementação bem-sucedida da vacinação no centro e no sul do enclave, que atingiu 451.216 crianças, o equivalente a 96% da meta nessas áreas.

Fonte: ONU News

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