Uma cena chocante registrada por um passageiro do metrô de Londres ganhou repercussão nas redes sociais após o homem compartilhar o momento em que presenciou um indivíduo fumando crack abertamente dentro de um vagão lotado, durante o horário de pico. O caso foi divulgado pelo jornal britânico Daily Mail.
O passageiro, que preferiu manter o anonimato, contou que percebeu que outros usuários estavam se afastando de um homem com aparência desleixada e, a princípio, pensou que se tratava de alguém em situação de rua. No entanto, ao observar melhor, ficou em choque ao ver que o homem tentava acender um pequeno cachimbo metálico — um típico utensílio para fumar crack — na frente de todos.
“Eu disse: ‘Cara, não — você não pode fazer isso aqui’, antes de perceber que ele estava tentando acender crack”, relatou o passageiro no Reddit. “Ele estava completamente fora de si, com um sorriso bobo no rosto, cuspindo constantemente no chão. Foi repulsivo.”

O episódio, que ocorreu em um vagão do Tube (como é conhecido o metrô londrino), aconteceu em uma “hora movimentada” e viralizou online, aumentando a preocupação pública com os crescentes índices de criminalidade nos transportes públicos da capital britânica.
De acordo com uma análise do próprio Daily Mail, os crimes no metrô de Londres mais do que dobraram desde 2016, quando Sadiq Khan assumiu como prefeito. Naquele ano, a taxa era de 9 crimes por milhão de passageiros; em março de 2023, saltou para 24,9 — o pior índice registrado até hoje, sem considerar os períodos atípicos da pandemia.
Estatísticas recentes apontam que, só no primeiro trimestre de 2024, foram registrados 6.319 crimes no sistema de transporte, o que equivale a mais de 70 ocorrências por dia. A estação mais perigosa, proporcionalmente ao número de passageiros, é Poplar, na linha DLR (Docklands Light Railway), com quase 59 crimes por milhão de usuários em 2023.
O passageiro ainda relatou que, ao sair do vagão, tentou informar um funcionário da Transport for London (TfL), mas se surpreendeu com a resposta:
“O funcionário me disse que basicamente não havia muito o que fazer. Disse que aquele usuário era tão conhecido que recebiam reclamações sobre ele a cada dois ou três dias e que todos os funcionários já o conheciam pelo primeiro nome.”
Além do caso do crack, o Daily Mail relembra outros episódios recentes de violência no sistema de transporte público londrino, como:
Um ataque com facão em novembro de 2023 na estação Edgware Road, onde um jovem de 17 anos esfaqueou uma vítima várias vezes.
Um caso de antissemitismo, em que um homem judeu foi confrontado por um passageiro que afirmou: “sua religião está matando muçulmanos”.
Um episódio em janeiro de 2024, em que uma mulher foi atingida no rosto com um cinto por um agressor na estação Green Park.
Um empurrão criminoso em fevereiro de 2024, quando um homem jogou outro nos trilhos da estação Oxford Circus — por sorte, o trem ainda não havia chegado.
E ainda um caso bizarro de “caos por curtidas”, no qual uma mulher filmava a si mesma agredindo pessoas no transporte público como parte de uma tendência nas redes sociais.
Passageiros e internautas têm se mostrado cada vez mais preocupados com a escalada de violência e a presença de usuários de drogas no transporte público. Alguns comentaram:
“Tenho empatia por viciados, mas fumar crack no metrô é demais. Não quero respirar fumaça de crack num cilindro metálico sem ventilação.” Em resposta, a TfL afirmou:
“Queremos que todos os clientes se sintam seguros ao viajar e entendemos o alarme que esse tipo de comportamento pode causar. Estamos trabalhando com a polícia, equipes especializadas e outras agências para encaminhar pessoas vulneráveis para apoio e fora da nossa rede.”
A Polícia de Transporte Britânica (BTP) também foi procurada para comentar, mas ainda não respondeu oficialmente.