O Brasil tem 17 casos confirmados de intoxicação por metanol, segundo balanço do Ministério da Saúde divulgado nesta segunda-feira (6).
Ao todo, o país já contabiliza 217 notificações relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Desse total, 200 ocorrências ainda estão em investigação.
O estado de São Paulo concentra a maior parte dos registros, com 15 casos confirmados e 164 sob análise, o que representa 82,5% do total. Nesta segunda, a prefeitura de São Bernardo confirmou a morte de mulher de 30 anos internada após tomar drinque com metanol.
Já o Paraná confirmou dois casos e investiga outros quatro.
Além deles, 12 estados notificaram suspeitas em investigação:
- Acre (1)
- Ceará (3)
- Espírito Santo (1)
- Goiás (3)
- Minas Gerais (1)
- Mato Grosso do Sul (5)
- Paraíba (1)
- Pernambuco (10)
- Piauí (3)
- Rio de Janeiro (1)
- Rondônia (1)
- E Rio Grande do Sul (2).
Os estados da Bahia, do Distrito Federal e do Mato Grosso descartaram os casos que estavam sob análise.
O Ministério também confirmou duas mortes em São Paulo associadas à ingestão de metanol.
Outros 12 óbitos seguem em investigação — sendo um em Mato Grosso do Sul, três em Pernambuco, seis em São Paulo, um na Paraíba e um no Ceará.
Tratamento da intoxicação
O Ministério da Saúde e a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) divulgaram recentemente orientações para os profissionais de saúde sobre como identificar e tratar casos de intoxicação por metanol.
As recomendações surgem após o aumento de registros de casos ligados ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. É esperado que médicos e unidades de saúde:
- reconheçam precocemente os sintomas de intoxicação por metanol,
- administrem etanol (ou fomepizol) como antídoto o quanto antes,
- encaminhem os casos graves para UTI e
- notifiquem imediatamente as autoridades de saúde.
-
Ministério amplia rede de apoio para confirmar casos
Nesta segunda, o Ministério da Saúde também anunciou novas medidas para reforçar o apoio ao estado de São Paulo na confirmação dos casos suspeitos de intoxicação por metanol.
“Uma das ações que discutimos é apoiar o estado a fazer mais rapidamente a confirmação ou o descarte dos casos”, disse o ministro Alexandre Padilha. “Discutimos na sala de situação medidas para confirmar mais rapidamente.”
O governo montou uma sala de situação para acompanhar a evolução dos casos e definir estratégias de resposta.
Para agilizar os diagnósticos, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) da Unicamp vai ampliar a capacidade de análises e passa a integrar a rede de laboratórios de referência. A unidade poderá fazer até 190 exames por dia.
A Fiocruz também colocará seu laboratório à disposição dos estados. Com isso, o governo espera montar uma estrutura permanente para análise de casos de intoxicação química, não só durante o surto atual.
O ministro também anunciou a chegada do fomepizol, medicamento importado que bloqueia a ação tóxica do metanol no organismo. O lote virá dos Estados Unidos ainda nesta semana e será distribuído para centros de toxicologia em todo o país.