O corregedor das Comarcas do Interior, Osvaldo de Almeida Bonfim, determinou abertura de um processo administrativo disciplinar contra Davidson Dias de Araújo, delegatário do Cartório de Registro de Imóveis de Formosa do Rio Preto, no oeste da Bahia. Araújo é acusado de descumprir ordens do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) relacionadas a tentativa do suposto cônsul da Guiné Bissau Adailton Maturino de se apossar de 336 mil hectares de terras na região de Formosa do Rio Preto.
Pela ordem do CNJ, o Cartório de Registro de Imóveis de Formosa do Rio Preto deveria dar andamento à anulação da portaria administrativa 105, do Tribunal de Justiça da Bahia, e se abster de cancelar as matrículas 726 e 727, origem da disputa sobre quem são os verdadeiros donos das 336 mil hectares de terras cobiçadas por Maturino (as terras equivalem à décima parte do território da Guiné Bissau). Com base no cancelamento das duas matrículas, o suposto cônsul se apossou temporariamente das terras e passou a cobrar “pedágio” dos agricultores, que ocupam as propriedades há mais de duas décadas.
A portaria 105 e o cancelamento das matrículas estão no centro das investigações da Operação Faroeste, que têm como relator o ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).