De acordo com Caio Junqueira, colunista da CNN, a missão dada à médica é reunir toda a produção científica sobre a cloroquina no Brasil e no mundo e liderar um processo de flexibilização da legislação sobre cloroquina de modo que facilite sua prescrição sobre pacientes. Essa ampliação do uso dependeria de uma norma editada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Anteriormente, Bolsonaro já havia defendido o uso da substância em pacientes com o vírus e anunciou que laboratórios das Forças Armadas estão produzindo o remédio para reforçar os estoques.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, tem adotado uma postura cética sobre o uso da hidroxicloroquina no tratamento de pacientes com a COVID-19.
“A tese é boa? É boa. Mas primeiro convença seus pares técnicos e aí vamos fazer pela ciência. Ci-ên-cia. Ciência, disciplina, planejamento, foco”, disse na segunda-feira (6).
Yamaguchi é médica do hospital Albert Einstein, em São Paulo. Em entrevista, recomendou o uso da hidroxicloroquina associada ao zinco e à azitromicina, um antibiótico indicado em infecções respiratórias. “[Os médicos] têm obrigação de usar, mesmo de forma preliminar, com o maior controle possível, as medicações que estão disponíveis”, disse Yamaguchi.
À CNN, a médica também afirmou que a medicação é mais efetiva quando usada no início da infecção.
Ela também é defensora do chamado isolamento vertical, em que só os indivíduos nos grupos de risco da doença se resguardariam. A estratégia é apoiada por Bolsonaro, mas vai contra o isolamento amplo recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e adotado na maioria dos estados brasileiros.
Nesta segunda, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, manteve sua defesa das restrições de circulação. “A sociedade precisa entender que a movimentação social é tudo que o vírus quer”, afirmou.