Rússia inicia processo para proibir Facebook e Instagram; WhatsApp pode escapar do bloqueio

Redes sociais da Meta estão indisponíveis no país por autorizarem postagens defendendo violência contra os russos no contexto da guerra na Ucrânia. Chamada de 'organização extremista', a empresa voltou atrás na decisão.

Os Serviços de Segurança russos (FSB) exigiram, nesta segunda-feira (21), a proibição “imediata” das redes sociais americanas Facebook e Instagramno primeiro dia de um processo por “extremismo” em um contexto de repressão reforçada desde o início da invasão na Ucrânia. O WhatApp, por ora, deve seguir disponível no país.

As duas redes sociais já estão inacessíveis para os russos. O Facebook foi bloqueado no dia 4 de março por restringir acesso aos canais de mídia financiados pelo governo da Rússia. Já o Instagram foi bloqueado dez dias depois – o aplicativo é muito popular no país, com mais de 80 milhões de usuários, de acordo com seu principal executivo, Adam Mosseri.

A decisão é uma resposta do país de Putin à decisão de flexibilizar suas regras para moderação de discurso de ódio. A empresa americana passou a permitir que usuários das redes sociais em alguns países defendessem atos de violência contra russos no contexto da guerra na Ucrânia. A Meta voltou atrás nesse posicionamento, alguns dias depois.

‘Proibição imediata’

 

“As atividades da Meta (empresa matriz do Facebook e do Instagram) se dirigem contra a Rússia e suas Forças Armadas. Exigimos sua proibição e a obrigação de aplicar esta medida imediatamente”, declarou na audiência um porta-voz do FSB, Igor Kovalevski, citando pela agência de notícias Interfax.

Um promotor também pediu a proibição da Meta “por sinais manifestos de atividade extremista”. Entretanto, solicitou a exclusão do serviço de mensagens instantâneas WhatsApp da lista de serviços proibidos. O app de mensagens também pertence à Meta.

Em 11 de março, a Procuradoria-Geral russa pediu que a Meta fosse classificada como organização “extremista”, abrindo a possibilidade de proibição de todas as suas atividades na Rússia.

Esse pedido responde a uma decisão da matriz do Facebook e do Instagram de relaxar as regras sobre mensagens violentas contra o Exército e os dirigentes russos em relação à operação militar de Moscou na Ucrânia.

A Procuradoria-Geral considera que a Meta justifica “ações terroristas” e quer incitar o “ódio e a animosidade” contra os russos.

 

Um representante da Meta declarou, nesta segunda, que a companhia havia voltado atrás, segundo a agência de notícias russa TASS.

Controle de informações e redes sociais na Rússia

 

Neste momento, a Rússia já mantém bloqueadas em seu território redes sociais como InstagramFacebook e Twitter e inúmeros sites de veículos estrangeiros ou russos críticos ao governo.

Desde o início da invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro, o governo russo reforçou consideravelmente seu controle sobre a informação difundida na internet, um dos últimos espaços de livre expressão no país.

Na semana passada, o regulador de telecomunicações, Roskomnadzor, acusou gigante americano Google e seu serviço de vídeo YouTube de atividades “terroristas”, um primeiro passo para um possível bloqueio.

Segundo a Roskomnadzor, “as atividades de administração do YouTube são de natureza terrorista e ameaçam a vida e a saúde dos cidadãos russos”.

 

O aplicativo do Instagram é extremamente popular entre a juventude russa, tornando-se também uma ferramenta de vendas online crucial para muitas pequenas e médias empresas, assim como para artistas e artesãos, que dependem de sua visibilidade nesta plataforma para sobreviver.

Apenas 7,5 milhões de russos usaram o Facebook em 2021, 7,3% dos internautas do país, contra os 51 milhões no Instagram, de acordo com a empresa especializada eMarketer.

Marcio Brito

Marcio Brito

Assessoria | DaQui Agência Digital
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