Tarifas de Trump atrapalham avanço da Tesla; veja por quê

Elon Musk, aliado de Trump no governo americano, é o CEO da TeslaReprodução/X

A Tesla suspendeu seus planos de importar componentes da China para a fabricação dos modelos Cybercab e Semi Truck nos Estados Unidos. A decisão foi tomada após o presidente Donald Trump elevar as tarifas sobre produtos chineses em meio à intensificação da guerra comercial entre as duas potências econômicas.

A suspensão pode comprometer o cronograma de produção desses veículos, considerados fundamentais para a estratégia de crescimento da montadora americana. Ambos os modelos têm sido amplamente divulgados pelo CEO Elon Musk como inovações capazes de impulsionar o desempenho da empresa no mercado automobilístico.

Inicialmente, a Tesla estava disposta a absorver os custos adicionais quando Trump impôs a tarifa de 34% sobre produtos chineses. No entanto, a empresa não conseguiu manter essa posição quando as tarifas foram elevadas além desse patamar, resultando na interrupção dos planos de importação.

O cenário se agravou quando Trump aumentou as tarifas adicionais para 84% em 9 de abril, elevando-as posteriormente para 125%. Com isso, o total de impostos sobre produtos chineses exportados para os Estados Unidos chegou a 145%, inviabilizando economicamente a importação dos componentes.

Impacto no cronograma de produção

A Tesla havia programado o início do recebimento das remessas de componentes para os próximos meses, com o objetivo de iniciar a produção experimental dos dois modelos em outubro. A produção em massa estava prevista para 2026, com o Cybercab sendo fabricado no Texas e o Semi em Nevada.

Ainda não está claro quanto tempo durará essa suspensão. Nos últimos dois anos, a empresa tem aumentado progressivamente a proporção de peças provenientes da América do Norte para suas fábricas nos Estados Unidos, antecipando possíveis tarifas americanas sobre produtos chineses.

Em declaração na Casa Branca na segunda-feira, Trump mencionou estar considerando uma modificação nas tarifas de 25% impostas sobre importações de automóveis e autopeças do México, Canadá e outros países. Segundo ele, as empresas automobilísticas “precisam de um pouco de tempo porque vão fabricá-los aqui”.

O Cybercab, apresentado em outubro passado, é um conceito de robotáxi sem volante ou pedais de controle. A Tesla prometeu iniciar a produção desse modelo de duas portas até 2026, com preço inferior a 30 mil dólares, buscando aprovações de governos estaduais para implementar um serviço de táxi autônomo.

Paralelamente, a empresa planeja aumentar a produção dos caminhões elétricos Semi em 2026, acelerando as entregas de pedidos há muito atrasados para clientes como a PepsiCo. Ambos os projetos agora enfrentam incertezas quanto aos prazos de lançamento.

Tensão entre aliados políticos

O impacto das tarifas nos planos de negócios da Tesla ilustra como as medidas de Trump, que visam impulsionar a manufatura local nos Estados Unidos, acabaram afetando seu aliado político Musk, que repetidamente declarou apoio ao livre comércio e oposição a tarifas em suas publicações na rede social X.

Musk, que foi designado por Trump para supervisionar uma reforma na burocracia americana que eliminou milhares de empregos governamentais, teria feito um apelo pessoal ao presidente para reverter as novas tarifas abrangentes em todo o mundo, segundo reportagem do Washington Post na semana passada.

Como consequência adicional das tensões comerciais, a Tesla também interrompeu o recebimento de novos pedidos para os modelos S e X, após a China impor uma tarifa retaliatória de 125% sobre produtos americanos, evidenciando os efeitos bilaterais da escalada tarifária entre as duas maiores economias do mundo.

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