A vacina mostrou eficácia média de 70,4%, com até 90% de eficácia no grupo que tomou a dose menor. Os dados foram publicados na “The Lancet”, em dezembro. Na prática, se uma vacina tem 90% de eficácia, isso significa dizer que 90% das pessoas que tomam a vacina ficam protegidas contra aquela doença.
6. Quantas doses devem ser aplicadas para garantir imunização?
Todas as vacinas em testes usam duas doses. Entretanto, em dezembro, especialistas britânicos disseram que a vacina de Oxford tem eficácia de 70% com 21 dias após a primeira dose. Isso significa que 7 a cada 10 pessoas vacinadas apenas com a primeira dose da vacina de Oxford ficam protegidas 21 dias depois. Quando a segunda dose é aplicada 12 semanas após a primeira, esse número pode chegar a 100%, diz a AstraZeneca.
7. A vacina tem efeitos colaterais?
Estudos mostraram que a vacina de Oxford é segura. Os efeitos colaterais mais comuns são leves: dor no local da vacinação, febre e dor de cabeça de intensidade leve ou moderada.
8. Durante os estudos, alguém teve algum evento adverso grave?
Nenhum evento adverso grave ou morte foram associados à aplicação da vacina ChAdOx1 nCoV-19. Mas em setembro, os testes foram suspensos temporariamente em todo o mundo para que um comitê independente avaliasse a relação de causa e efeito entre a vacina e o efeito adverso (um quadro de mielite transversa, uma espécie de inflamação na medula).
9. A vacina pode ser combinada com outro imunizante?
Em dezembro, a AstraZeneca e o Instituto Gamaleya, da Rússia, que desenvolveu a candidata a vacina contra Covid-19 Sputnik V, assinaram um acordo para testar uma combinação dos imunizantes.
O objetivo é avaliar a imunogenicidade e segurança do uso combinado de um dos componentes da Sputnik V e um dos componentes da vacina de Oxford.
10. O Brasil pode produzir ela por aqui ou precisa comprar de fora?
Sim. A Fundação Oswaldo Cruz adquiriu a tecnologia desenvolvida pela universidade e empresa britânicas. Assim, quando o Brasil tiver os insumos e seringas necessários, além da aprovação do registro pela Anvisa, as vacinas poderão ser produzidas, envasadas e distribuídas dentro do país.
11. Quantas doses o governo já tem da vacina, que já foram produzidas?
O governo comprou 2 milhões de doses prontas da vacina de Oxford produzidas na Índia, pelo Instituto Serum. Os imunizantes ainda não chegaram ao Brasil, mas, nesta sexta-feira (8), o presidente Jair Bolsonaro enviou uma carta ao primeiro-ministro do país pedindo urgência no envio do material.
12. Quantas doses da vacina de Oxford o governo pretende aplicar neste ano inteiro?
O plano divulgado pelo ministro Eduardo Pazuello nesta quinta-feira (7) prevê 100,4 milhões de doses produzidas pela própria Fiocruz até julho. Mais 110 milhões produzidas também no Brasil de agosto a dezembro. E, além disso, 42,4 milhões de doses que devem ser recebidas por meio do consórcio Covax Facility, aliança feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para acesso universal dos países às vacinas.
13. Quanto deve custar cada vacina para o governo federal?
Segundo declaração de Pazuello, com a produção da vacina pela Fundação Oswaldo Cruz, cada dose deverá custar U$S 3,75 (cerca de R$ 20) ao governo federal.
14. A vacina já foi aprovada pela Anvisa?
Não. A Anvisa recebeu o pedido para uso emergencial feito pela Fiocruz nesta sexta-feira (8). A partir da data, a reguladora terá 10 dias para analisar os documentos e conceder, ou não, a liberação para aplicação de 2 milhões de doses importadas da Índia. A produção feita pela Fiocruz “em casa” precisa do registro definitivo. A fundação diz que irá entregar todos os documentos necessários até 15 de janeiro.
15. Algum país já está aplicando a vacina?
Índia, Argentina e México também liberaram o uso da vacina de Oxford em caráter de emergência, mas ainda não começaram a imunização com a vacina.