Conab reduz estimativa, mas safra de grãos brasileira ainda deve ser recorde

Em relatório, técnicos destacam os problemas climáticos no Sul do Brasil,
mas avaliam que a pandemia de coronavírus não afetou atividades de campo

12/04/2020 – 09:55 | Por RAPHAEL SALOMÃO

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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) cortou em 110 mil toneladas a previsão para a safra de grãos 2019/2020, mas mantém a expectativa de uma colheita recorde no país. Os números estão no 7º Levantamento de Safra, divulgado nesta quinta-feira (9/4).

A estimativa passou de 251,904 milhões para 251,794 milhões de toneladas, o que ainda representa um crescimento de 4% em comparação com o ciclo 2018/2019 (242,059 milhões de toneladas).

A área plantada no país é de 65,109 milhões de hectares.

“A pandemia de Covid-19 enfrentada pelo mundo não afetou o andamento da safra brasileira. Os agricultores seguem as atividades dentro da normalidade, com adoção dos cuidados recomendados pelo Ministério da Saúde e a Organização Mundial de Saúde (OMS), além de continuar com os tratos culturais, como adubação e aplicação de defensivos no período recomendado”, avalia a Conab, em nota.

A estimativa para a produção de soja passou de 124,205 milhões para 122,060 milhões de toneladas. Mesmo com um corte de mais de 2 milhões de toneladas, o número representa um crescimento de 6,1% em comparação com a safra passada, que foi de 115,029 milhões de toneladas, de acordo com os técnicos da Companhia.

Na versão resumida do relatório, publicada em seu site oficial, a Conab destaca que a situação das lavouras do Rio Grande do Sul se agravou, prejudicando a produtividade. A estiagem, destaca a companhia, atingiu praticamente todas as fases de desenvolvimento da cultura. De outro lado, outras regiões produtoras apresentaram melhores condições.

“Nas lavouras do Paraná, as chuvas ocorreram de forma regular em quase todo o ciclo dessa cultura, porém a estiagem que castiga as lavouras que ainda estão em frutificação pode prejudicar o potencial produtivo”, pontua a Conab.

Milho

Já a produção de milho foi revisada para cima, de 100,083 milhões para 101,867 milhões de toneladas, somando os três ciclos da cultura contabilizados pela Conab. A primeira safra teve sua estimativa reduzida para 25,274 milhões de toneladas, sendo compensada pela segunda, cujo número foi reajustado para 75,436 milhões de toneladas. A colheita estimada para a terceira safra de milho foi mantida em 1,156 milhão de toneladas.

Da mesma forma que na soja, a Conab destaca que os problemas climáticos na região sul, especialmente no Rio Grande do Sul, prejudicaram a safra de verão. O relatório pontua ainda que o atraso na safra de soja reduziu a janela ideal de plantio da segunda safra do cereal, o que tende a levar a reduções de área no Paraná e em Mato Grosso do Sul. Em alguns estados, a semeadura do cereal já foi finalizada, segundo os técnicos.

“Dessa forma, a estimativa nacional de produção de milho, considerando a primeira, segunda e terceira safras, na temporada 2019/20, deverá apresentar um volume semelhante ao da safra 2018/19, e resultar numa produção de 101,9 milhões de toneladas”, resume a Companhia.

Algodão

Outra cultura que teve aumento na colheita estimada foi o algodão. Conforme o relatório, a produção de algodão em caroço foi revisada de 4,278 milhões para 4,318 milhões de toneladas. A de algodão em pluma, de 2,853 milhões para 2,880 milhões de toneladas.

De acordo com a Conab, o aumento da produção vem sendo influenciado pelos investimentos na cultura feitos em Mato Grosso e Bahia, os dois maiores produtores nacionais. Ainda conforme o relatório, as condições das lavouras nos Estados, de forma geral, é positiva, levando em conta a aplicação de tecnologia e o clima, que não trouxe problemas para as lavouras.

“Influenciada pelos grandes investimentos feitos no setor e pela expansão de área cultivada, a produção para esta temporada é considerada a maior, dentro da série histórica”, diz o relatório.

Arroz

A estimativa para a produção nacional de arroz foi reajustada de 10,524 milhões para 10,568 milhões de toneladas no levantamento divulgado nesta quinta-feira. Das lavouras irrigadas, a colheita deve totalizar 9,689 milhões de toneladas, com outras 879,1 mil vindas das lavouras de sequeiro.

“Apesar da redução nos últimos anos, a maior proporção do plantio em áreas irrigadas, que geram maiores produtividades, e o contínuo investimento do rizicultor em tecnologias, vêm permitindo a manutenção da produção, ajustada ao consumo nacional”, diz a Conab.

Feijão

Já a produção de feijão foi revisada de 3,140 milhões para 3,120 milhões de toneladas, somando os três ciclos anuais para a cultura no país nas variedades cores, caupi e preto. A colheita da primeira safra é estimada pela Conab em 1,070 milhão de toneladas, a segunda em 1,328 milhão e a terceira em 722 mil toneladas.

“A área de feijão primeira safra vem diminuindo ao longo das últimas safras, principalmente pela competição com outras culturas, como soja e milho, e também devido ao momento da colheita coincidir, muitas vezes, com o período chuvoso, acarretando problemas de qualidade do produto”, avalia os técnicos.

Culturas de inverno

Entre as lavouras de inverno, a Companhia Nacional de Abastecimento projeta uma produção de 6,822 milhões de toneladas, número superior ao do relatório de safra de abril, quando a estimativa estava em 6,723 milhões. Na principal dessas culturas, a do trigo, os técnicos revisaram a estimativa de 5,346 milhões para 5,431 milhões de toneladas neste ano.

Márcio Brito

Márcio Brito

Designer gráfico DaQui agência Digital e colaborador Mundial fm 91.3

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