O governo dos Estados Unidos anunciou, em 6 de junho, um conjunto de ordens executivas com foco na expansão de tecnologias aéreas emergentes, como a de carros voadores.
As medidas abrangem a liberação de testes com veículos de decolagem e pouso vertical (eVTOLs), a autorização para entregas comerciais com drones e o fim de restrições a voos supersônicos em território continental.
O pacote determina que a Administração Federal de Aviação (FAA) acelere processos de certificação e crie padrões técnicos específicos para novos tipos de aeronaves.
A proposta inclui a implementação de um programa piloto para veículos eVTOL, com aplicação em transporte de emergência, mobilidade urbana e logística de cargas.
“Este ano, carros voadores não são só para os Jetsons. Eles também são para o povo americano no curto prazo”, disse Michael Kratsios, diretor do Escritório de Política Científica e Tecnológica da Casa Branca.
Fabricantes com operações já em curso poderão formar parcerias com autoridades locais.
Empresas como a Joby Aviation, com sede na Califórnia, planejam iniciar testes internacionais em breve e estimam o lançamento de serviços comerciais entre o fim de 2025 e o início de 2026.
Revisão da política sobre voos supersônicos
Outra diretriz orienta a FAA a revisar os parâmetros de certificação acústica e suspender a proibição de voos supersônicos sobre áreas terrestres.
A restrição, vigente desde 1973, foi originalmente imposta por causa de impactos ambientais e ruídos provocados pelo fenômeno conhecido como “boom sônico”.

Segundo Kratsios, avanços na engenharia e no isolamento acústico das aeronaves tornaram esse tipo de operação “seguro, sustentável e comercialmente viável”.
“A realidade é que os americanos deveriam conseguir voar de Nova York para Los Angeles em menos de quatro horas”, afirmou o técnico, segundo o US Today.
Entregas por drones e apoio emergencial
As ordens também autorizam o uso de drones em operações comerciais rotineiras, demanda de longa data de varejistas como a Amazon.
Além da logística urbana, os veículos não tripulados poderão ser utilizados em situações de emergência, como resposta a incêndios florestais ou transporte de medicamentos a longa distância, conforme previsão do plano.
Monitoramento e segurança do espaço aéreo
O plano inclui a criação de uma força-tarefa federal dedicada ao monitoramento de aeronaves não tripuladas, com foco em ameaças à segurança do espaço aéreo.
A estrutura será responsável por identificar riscos e propor medidas corretivas. O governo também reforçou a aplicação de sanções civis e criminais a operadores que violem regras de voo ou coloquem a população em risco.
As diretrizes foram publicadas em um momento estratégico, com grandes eventos internacionais programados para o país nos próximos anos, como a Copa do Mundo FIFA de 2026 e os Jogos Olímpicos de Verão de 2028.