Por isso, além do custo, o produtor de leite deve observar:
– Capacitação da equipe: qualquer erro na execução do processo pode gerar silagem ruim;
– Segurança alimentar: uma vez que coloca os animais confinados é importante ofertar alimento de alta qualidade;
– Saúde animal – bovinos que ruminam mais têm melhor condição reprodutiva. Na falta de fibras na dieta a performance dos animais fica comprometida;
– Processo 100% mecanizado – desde plantio, colheita, fabricação e armazenagem;
– Produzir na 1ª e 2ª safra – hoje é possível produzir silagem o ano todo.
Veja no gráfico produzido pelo professor da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Marcos Pereira, sobre a composição da silagem.
De 32 a 38% de matéria seca é a janela ideal de colheita para atingir uma boa silagem, que provoca boa fermentação e digestibilidade de amido no gado. A composição média é em suma energia e fibra: 40% amido e 40% fibra. A silagem é complementada com uma média de 8% proteína, 3% extrato etéreo e 4% minerais. “Da lavoura até o momento que se vai fornecer a silagem ao animal é normal ter uma perda de 15% a 20%. Isso tem que estar na conta do produtor na hora de fazer o planejamento”, aponta Cardoso.
Culturas que podem melhorar a produção de silagem
O pesquisador ressalta que a baixa matéria orgânica no solo gera compactação e pode exigir intervenção de máquinas como trator e escarificador, além de condição de umidade ideal. Isso pode resultar em baixa qualidade de milho e acamamento.
Para resolver pode-se usar uma cultura de sucessão que produza palhada e raiz. Cardoso cita alguns bons exemplos:
– Brachiaria: produz até 14 toneladas de palha e raiz e 5kg de nitrogênio por tonelada de palha além de agregar ao sistema e 50kg potássio hectare ano;
– Sorgo granífero: além de ser tolerante à seca, rende cerca de 8 toneladas de palha e raiz;
– Milheto: rende de 30 a 35 sacas de grãos por hectare, 4,5 toneladas de palha e 1,5 toneladas de raízes;
– Trigo forrageiro: 2 toneladas de raízes e soca;
– Aveia, azevém e cevada: são 4,4 toneladas de palha e 1,3 toneladas de raízes.
Um experimento realizado em 2019 pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), no município mineiro de Cajuri, mostrou como a palhada de Brachiaria Ruziziensis refletiu na produção de silagem. As condições incluíram 29 dias de seca em janeiro e temperatura média 4 graus acima. O resultado foi de 2,3% a mais de silagem e 4,5 mil kg de leite por hectare. “Nesse ensaio o número era pra ser até maior porque quando removida a cobertura, as raízes da brachiaria ficaram mas de qualquer forma mostra o efeito da cobertura em segurar umidade, filtrar nutrientes e diminuir compactação do solo”, finaliza o especiliasta.