A decisão do Governo do Distrito Federal (GDF) de transferir os camelôs da Rodoviária do Plano Piloto para o Setor Comercial Sul (SCS) gerou reação entre empresários e trabalhadores da região, conhecida como o “centro da Brasília”.
Em carta aberta endereçada ao governador Ibaneis Rocha (MDB), a prefeitura do SCS manifestou insatisfação com a medida e pediu a revisão imediata da proposta, especialmente pela investida na valorização do local.
No texto, os representantes da comunidade local afirmam que a decisão foi tomada sem consulta pública e que os mais de 55 mil empresários e trabalhadores que atuam no setor não foram ouvidos.
“Não aceitamos essa imposição”, diz um trecho da carta, que também menciona a preocupação com a degradação urbana, o aumento da violência, a insegurança diária, e o avanço do tráfico de drogas na área.
Os representantes da área alegam que a chegada de novos ambulantes pode agravar ainda mais os problemas já enfrentados na região.
“Já estamos lutando contra o excesso de camelôs, a perda de clientes e um estigma difícil de reverter”, pontuam.
Outro ponto citado na manifestação é a instalação do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), ocorrida em 2014, que, segundo os empresários, também veio da Rodoviária do Plano Piloto e teria sido implementado sem diálogo com os comerciantes da região central.
A Prefeitura do SCS propõe que os camelôs sejam alocados em áreas alternativas, como o gramado ao lado da rodoviária, a Torre de TV ou até mesmo a região em frente ao ParkShopping, na Avenida das Cidades.
“No Setor Comercial Sul, NÃO queremos”, afirma a carta obtida pelo GPS|Brasília.
Até a publicação da reportagem, o GDF não havia se pronunciado oficialmente sobre a reivindicação dos empresários. O texto será atualizado se houver posicionamento oficial das autoridades.
Leia a carta:
“Carta aberta ao Governador Ibaneis Rocha:
Prezado governador Ibaneis. Recebemos com consternação a noticia que os camelôs da rodoviária serão instalados aqui no SCS. Somos 55 mil empresários e trabalhadores e não fomos ouvidos sobre essa decisão e não aceitamos essa imposição.
Já estamos lutando contra a degradação do SCS, contra a violência e insegurança diárias, contra o tráfico de drogas, contra o excesso de camelôs, perda de clientes e um estigma difícil de se reverter.
Nossos comerciantes e empresas têm perdas financeiras provocadas por decisões alheias a nossa vontade, dentre elas a instalação do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), em 2014, que também veio da Rodoviária do Plano.
O SCS já não suporta mais ter que receber o que outras regiões do Plano Piloto não querem.
Em nome de toda a comunidade do SCS, de 55 mil pessoas, pedimos que (o senhor) reconsidere e que se crie uma praça de camelôs no gramado próximo à rodoviária ou até mesmo na Torre de TV, ou na Rodoviária, em frente ao Park Shopping.
No Setor Comercial Sul, NÃO queremos.
Prefeitura do SCS”.
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